segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Abandonar ou não o sincretismo?

Por Bàbá Erick Óbokún



Caros amigos da cultura afro-brasileira, eu tenho acompanhado o sofrimento de muitos, e, claro que ao mesmo tempo vivenciado de perto o problema da discriminação religiosa e social, através dos crimes cometidos por parte de religiosos em cima dos templos de amigos e iniciados... E tenho pensado muito sobre as questões e problemas que assolam a comunidade afro-religiosa, e imagino que para que sejamos reconhecidos precisamos mostrar quem somos, mostrar a nossa cultura e mostrar a nossa raça, sem fantasias e ou misturas do sincretismo, se por algum momento foi necessário o sincretismo para disfarçar esconder e proteger o que fazíamos, hoje em dia precisamos fazer o inverso, ou seja, mostrar quem realmente somos, mostrar o que fazemos e qual é a nossa raça.... Não precisamos ter vergonha, nem mesmo precisamos nos disfarçar para que sejamos respeitados.... Vamos adotar a nossa raça e ter orgulho da nossa ancestralidade..... 


Grato

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A verdade de cada um

Por Erick Wolff
09/01/14


Atualmente eu tenho visto várias postagens na internet insatisfeitas com a adaptação do Acarajé de Jesus, as pessoas desconhecem que a culinária sagrada já é utilizada até mesmo na alta gastronomia, como o chef Luis Baena, chef do Hotel Tivoli, Lisboa, durante o Mesa SP no Senac Santo Amaro, que demostrou uma versão contemporânea do Acarajé, sem citar que é de Iansã, ou Oyá se preferir. veja a foto;



Diante da exploração e importação da culinária sagrada, eu não vejo ninguém incomodado com o chef, e, ou qualquer outro que usa o sagrado comercialmente, sem ao menos ser iniciado na religião de matriz africana.

Por outro lado, o Acarajé de Jesus, tem feito mais inimigos do que podemos imaginar, sem que haja qualquer vinculo religioso, comercializam o Acarajé e ainda chamam de "O pão da vida", risos, mas o Acarajé é um bolinho, o que seria o pão da vida então? Veja a foto;


Existe a remota possibilidade de nem ser a mesma receita, apesar que hoje em dia é possível pegar qualquer receita, reza ou fundamento na net ou loja de artigos religiosos, produzida pelos próprios iniciados que querem vender e comercializar seu conhecimento, na tentativa de dar um passo para  "a  fama".


Por ambas as partes noto que há intolerância, os adeptos da cultura Afro-brasileira que não querem que o Acarajé seja comercializado e os evangélicos que querem comercializar algo que não faz parte da sua cultura e para que? Afinal para eles a cultura de matriz africana não segue os padrões religiosos/culturais de sua fé, então para que comercializar o Acarajé Cristão, o que ganham com isso?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Eu e a cultura de Ifá


Revisado e editado
Erick Wolff8
07/11/2013


Aos meus amigos, todos sabem que meu segmento não é Ifá, nem será, na verdade não no caminho tradicional, através da iniciação e vivência da cultura de Ifá. Meu destino no caminho de Ifá não será participando da sua cultura, mas ajudando o segmento tal qual tenho feito com o Batuque, Umbanda e Candomblé, por isso que resolvi falar e vou afirmar neste momento alguns pontos aos quais eu tenho vivenciado e alguns amigos que me procuram para tirar duvidas, sobre minha negatividade  referente a Ifá.


Quando eu leio postagens dos seguidores de Ifá,  que contradizem até mesmo os votos primórdios do próprio culto, eu fico chocado com a situação, sem falar que não concordo com o menosprezo com as demais culturas, tradições e religiões, afinal existe culto a òrìsà sem Ifá, da mesma forma que não existe Ifá sem òrìsà, basta observa que Òrúnmìlà é uma divindade, ou melhor um ara-orun, sem esquecer de  Èsù ou as demais divindades. Desta forma resolvi falar e percebo que esclarecer que não tenho nada contra aquele que se iniciou em Ifá, ou, aquele que se formou em sacerdote, porem eu quero dizer para quem não sabe, que Ifá é uma filosofia agraciada por rituais, que se não forem totalmente vivenciados não há iniciação completa, e, olha que não precisamos nem nos iniciarmos nesta cultura para que possamos criticar a postura e atos dos que são os famosos em Ifá.

Nestes anos de pesquisas e estudos eu me deparei com alguns iniciados e sacerdotes, e não encontrei muitos exemplos que pudesse citar, pois vejo o ego e o desejo de auto-afirmação, infelizmente não acredito que seja a devida conduta e bom exemplo, quando vemos que a base desta cultura é a formação do bom caráter, por isso, ao procurar um sacerdote seja de Ifá, Umbanda, Candomblé ou Batuque, observem o seu caráter, somente quem tem pode ensinar e formar um bom caráter, somente quem teve uma boa formação religiosa pode ajudar aquele quem procura, não importa a simplicidade do seu Yara-bo (quarto religioso), o que importa é a sabedoria daquele indivíduo e a energia que sabe manipular, e se procura um ancião com muitos fios e perfil de grande sacerdote, saiba que òrìsà e as entidades se despem da vaidade e do luxo, para ajudar quem precisa, e para quem não sabe Òrúnmìlà que é um ancião pode se comunicar tanto com o jovem sacerdote quanto com o velho, basta que este jovem sacerdote siga seus mandamentos e preceitos, talvez o jovem sacerdote tenha mais a presença de Òrúnmìlà do que o velho, pois ele carrega o respeito e a dedicação que talvez o mais velho tenha se  esquecido ou abandonado com o tempo, causado pelos seus atos e erros cometidos.


Se você procura respostas em Ifá analise a conduta dos que pregam Ifá e terá a sua resposta.

Se você procura respostas de òrìsà, analise a conduta de quem cultua òrìsà  e você terá a resposta.

Se você procura respostas das entidades, converse com elas, e você terá respostas.


Mas não se entregue ao primeiro marqueteiro que aparecer, e observem que eu mesmo faço poucos amigos, pois poucos são aqueles que se sentem confortáveis ao meu lado, e garanto que não é pela minha conduta, pelo meu caráter, pelos meus rituais, artigos ou pesquisas serem duvidosos, afinal todos sabem que são embasados e dotados de boas referencias,  mas os que não seguem os caminhos da verdade, não se sentem confortáveis com a verdade.


Nem um homem vive só, porém com uma má conduta ele pode propiciar o seu claustro, sem nem um amigo, seja um bom homem e terá uma vida prospera e com poucos amigos, porem verdadeiros.

Meus sinceros votos de Paz profunda à todos.

TIKTOK ERICK WOLFF