sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Divindades

Oriṣá
Orinsalá
Obaluaê
sango
oyá
Yemonjá
osun
Esú
Ogum
Ifá
Osuaré
Ibeji
Egum
Ossayin
iroko
nanan burukun
Soponã

jeje
Mahwú / lissa
sapaktá
envioso
abé
abotó
Aziri
Odin / elegbá

obessem
hoho - to bossa
geledê
neossum
loko
anbiocô
ajagun

nkissi
lembaraganga
kajanjá
kanbaranqueje
matamba
kaitumbá
dandalunda
bombojira/aluvaiá
mucumbe
kassumbenca
angoromea
wunje
yombe
catendê
tempo
zumbarandá
kafundeji

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Hierarquia das religiões afro-brasileiras

Revisado e Aumentado
  

Hierarquia no Culto de Ifá
1. Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro - igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado também às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) e aos Awófakans (Aqueles que receberam a "primeira mão"). Alguns Babálawós recebem o título de Oluwó. Ver: Ifá

Hierarquia no Culto aos Egungun
Masculinos:
1. Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
2. Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
3. Ojê (iniciado com ritos completos),
4. Ojê agbá (ojê ancião),
5. Atokun (ojê que guia de Egum),
6. Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
7. Alagbê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos:
1. Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
2. Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
3. Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
4. Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
5. Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
1. Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
2. Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.

Hierarquia no candomblé Ketu:
1. Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
2. Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
3. Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
4. Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
5. Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
6. Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
7. Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
8. Iyamorô: Responsável pelo Ipadê de Exú.
9. Iyaefun / Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iyawos.
10. Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
11. Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
12. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
13. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
14. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
15. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
16. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
17. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
18. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
19. Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
20. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar. (não entram em transe).
21. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
22. Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
23. Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
24. Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
25. Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado entra em transe com o Orixás).
26. Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.

Hierarquia do candomblé Jeje:
No Jeje-Mahi
1. Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
2. Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mina Casa das Minas
1. Toivoduno
2. Noche
No Kwé Ceja Houndé
• Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
• Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.

Hierarquia do candomblé Bantu:
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
• 1 - Tata Nkisi - Zelador.
• 2 - Mametu Nkisi - Zeladora.
• 3 - Tata Ndenge - pai pequeno.
• 4 - Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
• 5 - Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
• 6 - Kambondos - Ogãs.
• 7 - Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
• 8 - Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
• 9 - Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
• 10 - Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida dacasa de exú (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
• 11 - Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
• 12 - Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
• 13 - Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
• 14 - Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
• 15 - Kutala - Herdeiro da casa.
• 16 - Mona Nkisi - Filho de santo.
• 17 - Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
• 18 - Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo(homem).
• 19 - Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).
Sacerdotes na África
BANTU (ANGOLA-KONGO).
• Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
• Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
• Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
• Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
• Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão (Angola).
• Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão (Kongo).
• Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
Divisão Sacerdotais no Brasil
Angola - língua quimbundo - Kongo - língua quicongo
• Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
• Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
• Nengua-a-nkisi..........sacerdotisa no Kongo.
• Nganga-a-nikisi.........sacerdote no Kongo.
• Mam’etu ndenge..........mãe pequena no Angola.
• Tat’etu ndenge..........Pai pequeno no Angola.
• Nengua ndumba...........mãe pequena no Kongo.
• Nganga ndumba...........pai pequeno no Kongo.
• Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
• Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
• Kisasba.................pai das sagradas folhas.
• Tata utala..............pai do altar.
• Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
• Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
• Kuxika ia ngombe........Tocador (kongo).
• Muxiki..................tocador( Angola).
• Njimbidi................cantador.
• Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
• Kota....................todas as mulheres confirmadas.
• Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
• Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
• Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
• Kota kididii............toma conta de tudo mantém a paz.
• Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
• Mosoioio................as (os) mais antigas.
• Kota maganza............título alcançado após a obrigação de 21 anos.
• Maganza.................título dado aos iniciados.
• Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.
• Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.


Pureza Nagô
Mundicarmo Ferretti em "Pureza nagô e nações africanas no Tambor de Mina do Maranhão" escreve: "Os terreiros de religião de origem africana mais identificados com a África geralmente constroem sua identidade tomando como referência o conceito de “nação”, que os vincula ao continente africano, à África negra, através de uma casa de culto aberta no Brasil por africanos antes da abolição da escravidão (“de raiz africana”). No campo religioso afro-brasileiro, os terreiros Nagô mais antigos e tradicionais da Bahia foram considerados, tanto por pais-de-santo como por pesquisadores da área acadêmica, como mais puros ou autênticos e sua “nação” como mais preservada e/ou organizada. A partir do que foi convencionado na Bahia como “nagô puro”, têm sido avaliados terreiros nagô de outros estados das mais diversas denominações: Candomblé, Xangô, Mina, Batuque e outras. Analisando a questão da “pureza nagô”, Beatriz Góis Dantas (Dantas, 1988), apoiada em pesquisa realizada em Sergipe, mostra que, apesar da hegemonia do Candomblé nagô da Bahia na religião afro-brasileira, os indicadores de autenticidade africana ou “pureza nagô” adotados na Bahia nem sempre são os mesmos de outros estados e que traços muito valorizados no Candomblé da Bahia podem ser desvalorizados ou até rejeitados em terreiros de outras localidades."
A quase extinção
Fernandes, Gonçalves - autor do livro Xangôs no Nordeste, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1937, também é autor do livro O Sincretismo Religioso no Brasil, São Paulo, Guairá, 1941, que fala sobre a noite de 1 de fevereiro de 1912 nas ruas da cidade de Maceió onde houve cenas de muita violência, com a invasão e destruição dos mais importantes terreiros de Xangô de Alagoas.
O Sítio de Pai Adão foi tombamento pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE[1], e todo o conhecimento foi transmitido sucessivamente a Obalonein, Fatemi e Oluandê, para que finalmente fossem passados em Belford Roxo a Osunaloji (Pai Milton), que zela pela conservação e manutenção dessa tradição recebida, no Ilê Axé Agawere Xapanan. Em seu ilê (casa), cujo orixá patrono é Iemanjá, as novas gerações de filhos de santo recebem dele todo esse rico arsenal de cultura afro-brasileira, com fundamento na nação Nagô-Egbá. Liderado hoje por Manuel Papai e Maria das Dores ja falecida, juntamente Pai Raminho de Oxossi que incentiva os desfiles de Maracatu no Carnaval do Recife[2].
No Maranhão, a Casa Fanti Ashanti, em São Luís, nação Jeje-Nagô, babalorixá Euclides Menezes Ferreira (Talabian), (de Oxaguian c/Oxum) e Mãe Isabel de Xangô com Oxum. A raiz é do Sitio de Pai Adão, Nagô do Recife.
Em São Paulo, a iyalorixá Maria das Dores Talabideiyn deixou a seu filho Pai José Alabiy (José Gomes Barbosa), babalorixá do Ilê Axé Ajagunã Obá Olá Fadaká, a tradição Egbá, passada à sua filha Oya Dolu (Lorena de Santiago) iyalorixá do Ilê Axé Oya Tundê, juntamente com Baba Alajemi (Nilso Jorge Júnior), onde também se preservam os mais antigos fundamentos do Nago-Egba. Entre outros, destaca-se a iyalorixá Valdecir de Obaluaye que, sendo filha-de-santo de Osunalogi, traz consigo a tradição e cultura dessa grande raíz.

(Fonte Portal do Candomblé)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Erês ou Aṣerè

Os Erês ou Aṣerè fazem parte das religiões afro-brasileiras, mas muito pouco se diz sobre eles, por isso ofereço esta pagina aos Erês ou Aṣerè.

Babá Jimmi, (nigeriano)
Sosni - No culto do Oriṣá africano, o iniciado tem um Erê (criança) como aqui no Brasil?
Babá Jimmi - Na África não se incorpora Oriṣa, ele se manifesta no Elegun (Ex.: Elegun de Ogun, Oxun, etc), já a manifestação de Erês passa a ser parte exclusiva do culto afro-brasileiro.

Sosni - O que é Elegun?
Babá Jimmi - Elegun (Elégùn) é a palavra que exprime o conceito dos "iniciados" nas religiões de matriz africana e afro-descendente, inerente ao culto do Oriṣá. No Brasil é chamado de Candomblé. É aquele que passou pela iniciação, Feitura de santo ou iniciação ketu, sujeita ao transe de possessão.

Sosni - Esta criança é parte do Oriṣá ou é uma divindade a parte?
Babá Jimmi - África não se cultua Erê, cultuamos Ibeji. (não existe incorporação).

Sosni - Se o orixá é cultuado na natureza, onde fica este Erê?
Babá Jimmi - Esse tipo de culto é diferente do africano.

Sosni - Por que todos os historiadores famosos como Fatumbi nunca fizeram uma única nota sobre Erês?
Babá Jimmi - Por que na África se cultua Igbeji e não Erês.

Sosni - Quem são os Erês?
Babá Jimmi - Na África seria Abiku, Ebé ou Igbeji e não está relacionado ao culto de Oriṣàs.


Tata Matamoride, (Brasileiro)
Sosni - Como surge o Erê no culto afro-brasileiro?
Tata Matamoride - O Erê pertence unicamente ao culto Brasileiro vinculado ao Oriṣá africano, pois sabemos que a nação de Angola foi a primeira a incorporar o Erê dentro do candomblé batido no Brasil. Ainda sem dados exatos pela dificuldade de material registrado, mas observando o comportamento percebemos que o Erê foi gerado pela necessidade da própria religião e adaptado pelos demais cultos afro-brasileiros para auxiliar nos rituais.
Longe do seu país os africanos sofreram influência oral e religiosa de vários povos, pois naquela mistura de culturas houve quase o que vemos hoje em dia nas casas de candomblé, que recebem fundamentos, mas estão distantes do seu país de origem, mantendo uma tradição viva. Sendo assim para ajudar na prática e ritual o Erê foi de grande importância para os rituais no Brasil. O culto do Brasil é uma religião à parte da África.

Sosni - Qual a necessidade do Erê?
Tata Matamoride - A função do Erê dentro do culto se fez pela necessidade de orientar o Oriṣá nos rituais adaptados. Claro que foi muito bem elaborado para esta adaptação, pois está claro que nossos oriṣas surgem da matriz africana, mas, são tratado e cultuado de forma a parte da tradição deles.

Sosni - Existe algum ritual praticado para Erês?
Tata Matamoride - Observe as vestimentas seguem, ainda, influência do primeiro e segundo reinado, nossos sacerdotes queriam dar o melhor ao vestir os santos com o costume da época, o que se mantém até hoje nas saias rodadas, bombachas, capacetes e coroas. Apesar de que alguns babalorixás exageram nas vestimentas, lamentável de se ver nos candomblés e nações do Brasil.
Tais costumes mantiveram-se na tradição dos templos e foi por meio da quitanda de Erê (candomblé de Angola), igbas para Erê (roupas coloridas e com enfeites) que os Erês se espalharam para os demais candomblés.

Sosni - Mas onde moram estes Erês? são divindades?
Tata Matamoride - O Erê é o mensageiro do Oriṣá, porem, não chega a ser uma divindade. Observe que nas casas de Angola levantam-se devidos Igbas para o mesmo, com características e formas para cada Erê. Mas nem todos iniciados possuem Erê, apenas os rodantes no santo, que por sua vez, são batizados com um nome especifico. Por não pertencer ao mundo dos Orisás o Erê habita um mundo diferente, mais distante dos espíritos, pois ele é uma entidade distinta dos cultuados na Umbanda.



Resenha Erick Wolff8
Sabemos que o Erê ou chamado Aṣerê não é a manifestação do Orisá com postura infantil, apesar estar provado existir um grande vinculo entre ele e o Orisá, estando presente no orí do elegun que pertence ao ritual afro-brasileiro.

Então quem são os Erês ou Aṣerès? Os encontramos em toda casa de nação, mas não existem referências literárias que explique.
Há inúmeras teorias sobre o tema. No entanto, a maioria não deixa clara a sua origem.

De acordo com Baba Jimmi não existem Erês na áfrica como os cultuados aqui. Já o Tata Matamoride que explica a origem dos Erês e o ritual que os envolve, afirma que eles são brasileiros e que não se trata do Orisá com postura infantil em momento algum.

Longe da definição de ser o próprio Oriṣá manifestando sob o feitio meio abobado e descontrolado, para descansar a matéria antes do Elegun acordar, o Erê ou Aṣerè é um mensageiro do próprio Oriṣa dentro das nações, para que ele seja a fala do santo e o aprendizado do filho para a preparação dos rituais e danças que exercem grande função dentro do ritual afro-brasileiro.
Há quem completa que a função dos Erês e Aṣerès serve para trabalhos manuais que o elegun desempenha durante o transe.

Mas devemos levar em consideração o poder e força que o Oriṣá possui, sendo assim levanta-se a duvida da consciência ou poder que o Oriṣá pode exercer sobre o cavalo de santo durante a manifestação do erê ou chamado aṣerè.

Ao citar entidades não podemos imaginar que seria um espírito, afinal durante o ritual do Oriṣá não se manifestam espíritos e se houver logo é despachado, o mesmo deve ser mantido fora do culto. Indo além devemos observar que alguns Iyawos também estão atracados com os contra-eguns e não podem virar em espíritos por isso descartamos logo a hipótese de entidades encantados.

O sacerdote moderno se preocupa tanto com o resgate da cultura africana que deixa passar simples detalhes. O Aṣerè sempre deverá se manifestar logo após a presença do Oriṣá na religiões praticadas no sul, sendo impossível o Aṣerè se manifestar sem a passagem do oriṣá primeiro.

Em outras culturas afro-brasileiras, o culto difere em rituais e fundamentos, e para o Erê assim chamado pela maioria das casas de candomblé, levantam assentamentos e tratamento separados, ficando encarregado de acostumar o elegun para o ritual e chagada do orixá, pois a sua função passa a ser primordial para o desenvolvimento do iniciado. E na maioria das casas não existe necessidade do Oriṣá passar primeiro, podendo o Erê virar antes do santo algumas vezes.

Mas onde mora a energia desta divindade a qual mencionamos e vemos constantemente nos rituais?

No orùn deve haver um espaço rompido onde os homens esqueceram-se de estudar. Onde habitam esses seres e a maioria ignora ou desmerece sua importância? Sabemos que o Aṣerè ou Erê tem poder ser trazer as vontades e trazer muitas mensagens do próprio oriṣá, algumas distorcidas, mas existe um elo grande entre o oriṣá e o Aṣerè, que deve ser respeitado.

Lapidar esta energia e estudar a sua fonte é algo que me desperta curiosidade. Sabendo, por suposição, que os Oriṣás ao se manifestarem retiram da memória do filho o seu conhecimento durante o período que esteve no mundo, o Aṣerè possui poderes relativos, pois muitas vezes ele trabalha horas a fio sem cansar a matéria e não deixa vestígios da sua passagem, principalmente dentro de uma nação trata como tabu a chegada do santo. Essa falta de contato entre os cavalos de santo e o Orixá dificulta muitas vezes a pesquisa, pois se não podemos contar que o santo chegou também não temos como provar ou estudar a veracidade do assunto.

Tirando a utilidade braçal dos Aṣerès nos serviços da casa, acredito que a sua presença é dispensável, pois a divindade (Oriṣá) não deixa vestígios ou matérias cansadas mesmo depois após dançar horas à frente do tambor. Sendo assim, a chegada do Aṣerè poderia se resumir apenas aos dias de serão (obrigações onde tem muitas tarefas depois do orô).

Se pensar novamente que o Aṣerè é uma fragmentação do Oriṣá então ele poderia chegar a qualquer momento dentro de uma casa nagô, mas isso não ocorre, existe como disse um certo ritual para a sua presença, logo ambos estão unidos e após ele trabalhar, o Oriṣá se manifestas passando pelo corpo do cavalo novamente levando o Aṣerè e deixando o filho. Então quebra-se novamente a tese da divindade única. Pois bastaria ele ir sem a passagem novamente do oriṣá.

Os Erês do candomblé recebem nomes ligados ao Oriṣá do iniciado: Pipocão e Formigão, para os filhos de Obaluaiê; Pingo Verde e Folhinha Verde, para os de Oxóssi; Rosinha (flor), para os de Oxum; Conchinha Dourada para um de Yemanjá, por exemplo.

Aṣiwère – louco, idiota, estado de transe onde o elegun se porta como uma criança.

Abiku na Religião Yorùbá, acredita-se que: são crianças que terão passagem curta pela terra, ou seja, não viverão por muitos anos.
Nas religiões afro-brasileiras existe ainda uma explicação que diz: os Abiku, se constituem numa sociedade de espíritos, onde a regra é vir à Terra (encarnar) mas viver apenas por um curto período. Sabe-se que antes de encarnar o espírito se compromete com a comunidade dos Abiku, a qual pertence, de voltar o mais rápido possível, estabelecendo, inclusive, data e hora. Existem ebós para quebrar esse pacto do espírito com a sociedade dos Abiku, permitindo assim, que o espírito viva por mais tempo na Terra. Na terra dos yorubás, acredita-se que quando nasce um Abiku significa que a família tem dívidas espirituais a pagar. Por isso, o nascimento de uma criança que necessitará de muitos cuidados espirituais para evitar sua morte prematura — o que sempre é um sofrimento para os pais. Assim como o nascimento de gêmeos, Igbeji é uma grande honra e uma grande alegria para a família, o nascimento de um Abiku é sinal de problemas e de preocupações. Esses espíritos pertencem ao egbé Abiku e não a um egbé da terra. Por isso sua forte ligação com o orun e sua necessidade de sempre tentar voltar ao seu egbé, o que pode causar a morte prematura da criança entre o primeiro e o sétimo ano de vida.

Igbejis são divindades gêmeas infantis, é um Oriṣá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.

Criança Na umbanda apesar de grande semelhança, estamos falando de espíritos que não tem vinculo com o candomblé, cada pessoa tem como uma das entidades espirituais que recebe um espírito infantil, as crianças.

As Tobossis são Voduns infantis, femininas, de energia mais pura que os demais Voduns. Pertenciam à nobreza africana, do antigo Dahome, atual Benin. Eram cultuadas na Casa das Minas, em S.Luiz/Maranhão, até a década de 60.
As Tobossis gostavam de brincar como todas as crianças e falavam em dialeto africano, diferente dos Voduns adultos, o que dificultava muito entendê-los. Sem contar que, muitas das palavras elas falavam pela metade.

Babá Jimmi, (nigeriano)
Otunba Adekunle Aderonmu / Babalawo Ogun Jimi
http://www.princeadekunle.com
Naturalizado brasileiro nasceu em Abeokuta, na Nigéria.
è formado em Bioquímica na Universidade de Lagos e é considerado Otunba (Rei) em seu país, devido a herança de família nobre e tradicional, com rei e autoridades no atual governo da Nigéria.
Em nosso país ele vive há cerca de duas décadas, desenvolve atividades empresariais e, além disso, é sacerdote religioso.


Tata Matamoride, (Brasileiro)
Sacerdote de candomblé, respeitadíssimo pela luta em prol as religiões afro-brasileiras, vem trabalhando para informar as necessidades e problemas da comunidade para os políticos brasileiros.
Diretor do site http://www.portaldocandomble.pro.br

TIKTOK ERICK WOLFF