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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

XVI MARCHA ESTADUAL PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA

Neste vídeo coletado no perfil da mídia social do Grande Axé, afro religiosos de diversos segmentos promovem um novo movimento, uma manifestação pela paz e tolerância.



No Brasil, a perseguição aos afro religiosos é pauta constante, na sua maioria sofrem com depredações e ataques. Contraditoriamente, o Rio Grande do Sul é o estado que mais possui adeptos, porem, não muda o cenário para os demais estados, pois também sofremos os mesmos ataques e  perseguições. 

Durante a manifestação, adeptos da religião humildemente lavam as escadas de órgãos públicos e igrejas, que durante o momento que abaixam a sua cabeça para varrer, pedem aos orixás que os protejam perante o sistema opressor.


Link https://www.facebook.com/grandeaxebrasil/videos/1308464849844648/

 

quarta-feira, 12 de abril de 2023

MACUMBA CARIOCA

Este Texto foi indicado Afonso De Xangô Aganjú, publicado por Tâmara Nunes



"LUIZA PINTA, Criadora do KALUNDU, que deu origem a CABULA, que foi percursora da “MACUMBA CARIOCA” e enfim nasceu a Umbanda.


Essa africana comprou a própria liberdade ganhando dinheiro com CONSULTAS.

***se pesquisar verá fatos históricos REGISTRADOS POR BRANCOS EUROPEUS PORTUGUESES, de como eram os atendimentos desta kalunduzeira!***

Como eram os rituais no Kalundu:
1- incorporação do ancestral
2- acompanhada por "assistentes" que a auxiliavam durante o ritual
3- bebidas, charutos e mandingas
4- consultas para resoluções diversas
5- pagamento em terras, comidas, presentes e até dinheiro, pelas consultas dadas.
6- havia música, periodicidade nas sessões e TRANSE MEDIÚNICO!
7- roupas coloridas com saia de fitas e adereços que o ancestral gostava no corpo de Luzia Pinta.
8- ATENDIMENTO coletivo e/ou individualizado, aos que a buscavam!
9- imolação e oferendas para agradar os ancestrais bravos!

ISSO TUDO EM MEADOS DE 1600!!!!
(só jogar o nome dela no Google)

**Em meados de 1700, no ES, grupos de homens e mulheres se encontravam escondidos pelas matas, para cultuar seus "ancestrais".**

Como eram os rituais na Kabula:
1- havia altar com imagens
2- Havia um líder
3- cambones
4- cantos
5- iniciação para os que queriam adentrar ao ritual
6- periodicidade
7- passes
8- TRANSE E DESENVOLVIMENTO Mediúnico COM INCORPORAÇÃO DOS ESPÍRITOS ANCESTRAIS!
9- Roupas brancas e pé no chão!
10- imolação e oferendas.

(a maioria dos mestres Kabuleiros foram EXECUTADOS pela inquisição!)

***No final do século XVIII, a Kabula SAIU DAS MATAS E FOI SE ESCONDER NOS FUNDOS DOS QUINTAIS, CORTIÇOS E BARRACOS DOS MORROS CARIOCAS.***

Como eram os rituais na Macumba Carioca:
1- tudo o que havia no Kalundu e na Kabula
2- pontos riscados em tábuas de madeiras
3- manifestações dos ancestrais organizados pelos perfis ( linhas de trabalho)
4- periodicidade
5- desenvolvimento mediúnico
6- inserção dos ORIXAS nos altares e louvações
7- uso do atabaque
8- imolação!

Deu-se a MAKUMBA CARIOCA.

SÓ PESQUISAR.....vai encontrar tudo isso!

*Agora..... Vamos relacionar o que a Umbanda tem que não herdou desses três cultos?*

Qual outro culto no mundo possui:
Passe
Consulta
Incorporação do ancestral
Oferendas
Dança e canto
Periodicidade
Desenvolvimento mediúnico
Qual?
Qual?
Qual?

Se Zélio NÃO BEBEU dessas fontes...... O que fazia numa "benzedeira que recebia um preto velho"?????

Se Zelio não bebia dessas fontes como recebeu um Preto Velho que escolheu sentar num TOCO em pleno centro kardecista, cheio de cadeiras?????

Onde Zelio bebeu da fonte, se não desses cultos para chamar o que ele "INVENTOU" de UMBANDA..... (palavra de origem BANTU que significa magia ou arte de curar!)????????

Porque as culturas pretas e ameríndias tem que provar TUDO a todo mundo, para ser VALORIZADA?

Texto de Tâmara Nunes"


Imagens comprotórias



Fonte - https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1282741592655799&set=p.1282741592655799&type=3 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

A CABULA E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA UMBANDA

Postado por Religião Respeito Humildade

Em 20/02/2023



"A CABULA E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA UMBANDA

Origem


A cabula foi uma manifestação religiosa afro-brasileira que surgiu no final do século XIX, no período pré abolicionista, provavelmente na Bahia (não há um consenso sobre o local de origem), se estendendo ao Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e que pode ser considerada uma das precursoras da umbanda. Acredita-se que tenha se originado a partir dos calundus coloniais e é o resultado de práticas ancestrais dos povos bantos e malês, sincretizadas ao catolicismo e também ao espiritismo. Cabula também é o nome de um bairro em Salvador que surgiu a partir do Quilombo do Cabula e de um ritmo de percussão angolano que inspirou o samba..

Alguns historiadores e antropólogos apontam a existência de poquíssimas casas remanescentes que preservam de alguma forma o culto da cabula nos dias atuais, pricipalmente em Minas Gerais e em Santa Catarina (relação com almas e angola), outros defendem que o culto está praticamente extinto, entretanto deixou o seu legado na formação de outras praticas religiosas similares.

Organização

Após a assinatura da Leia Áurea, os negros, apesar de livres, foram deixados à margem da sociedade e tudo o que era relacionado aos antigos escravizados não era bem visto, inclusive suas práticas religiosas, que por muito tempo foram perseguidas e combatidas. Por esse motivo, o culto da cabula era muito reservado e praticado dentro das matas e durante a noite. Os adeptos passavam por um ritual de inicação, sob o juramento de não revelar detalhes e nem o local do culto; era o preceito do segredo.

A cabula talvez tenha sido a primeira manifestação afrorreligiosa mais organizada em termos de liturgia, com a presença de altares ou mesas, o uso de roupa branca e pano cobrindo a cabeça, imagens de santos católicos sincretizados a divindades africanas, a figura de um sacerdote (embanda) e uma hierarquia bem definida dentro da prática religiosa. Boa parte dessa organização foi absorvida pela macumba carioca e mais tarde pela própria umbanda. Há relatos de historiadores sobre a utilização de um oráculo de búzios pelos cabulistas, o que levanta duas hipóteses: a de que houve um sincretismo com os iorubás; ou de que os bantos também utilizavam um sistema oracular semelhante aos nagôs. Isso explica a presença de oráculo de búzios em raízes como o omoloko, almas e angola, kimbanda e batuque, vertentes que descendem da cabula.

Liturgia

O ritual da cabula era caracterizado pela manifestação de espíritos através do kambula ou xinguilamento (transe/incorporação). As pessoas (cafiotos) que se reuniam para realizar suas práticas religiosas formavam um grupo denominado mesa, as quais eram batizadas com nomes de santos católicos, como por exemplo, Mesa de Santa Bárbara. As mesas eram organizadas por um sacerdote conhecido como embanda. Os embandas eram auxiliados por um cambone, uma espécie de ajudante. O ritual era conduzido por entidades espirituais intituladas "Tatá", que no dialeto kimbundo significa "pai". Os Tatás se comunicavam através dos iniciados no culto, que recebiam o nome de camanás. Os não iniciados eram chamados de caialos.

Os camanás eram preparados para estabelecer uma comunicação com o santé (espíritos que habitavam as matas), que era o objetivo principal do culto. Cada camaná recebia também o seu Tatá protetor. Há registros de diferentes nomes de Tatás, como Tatá Guerreiro, Tatá das Matas, Tatá Flor de Carunga, o Tatá Rompe Serra, Tatá Rompe Ponte, Tatá Rompe Mato, dentre outros. O encontro dos Tatás manifestados era chamado de engira. Acredita-se que os santés eram divindades que hoje são chamadas de orixás ou nkisis e os Tatás as entidades como exus, caboclos e pretos velhos. Os camanás que recebiam os santés, logo ascendiam a posição de embanda.

O encontro dos Tatás era denominado engira. Os cabulistas reverenciavam ainda os bacuros, que eram espíritos ancestrais que nunca encarnavam. Segundo O. Cacciatore, o termo proviria da expressão iorubá " i g b à k ú r ò " isto é salvador [ D C A f B r : 6 1 ]. Parece que os bacuros tinham representação estatuária, portanto não está claro se os bacuros são espíritos ou as images que ficavam sobre as mesas.

As engiras costumavam ocorrer mata adentro, geralmente sob a guarda de uma árvore frondosa e a luz de uma fogueira, o local do culto chamava-se camucite. Os camanás se organizavam em círculo e em cada ponto cardeal era colocado uma vela com uma imagem católica. O embanda então conduzia o ritual entoando cânticos denominados nimbus, que eram ritimados por palmas. Logo os camanás entravam em transe e após a chegada dos Tatás, os cambones ofertavam vinho, raízes para mascar e fumo em cachimbos. O ritual então seguia com benzições através de infusões de ervas, com as iniciações dos novos camanás utilizando um pó branco chamado enba (pemba). Também existia o uso liturgico da fumaça para defumação. Os Tatás realizavam atendimentos, aconselhavam pessoas e desenhavam símbolos cabalísticos no chão.

Os cafiotos utilizavam roupas brancas e na cabeça uma espécie de gorro denominado camalelé ou camolelê semelhante aos mulçumanos. Esse datalhe demonstra a influência dos malês (negros de origem mulçumana no culto). Não raro, os adeptos também utilizavam lenços e ou panos brancos para cobrir a cabeça.

Particularidades

A cabula, além de ter sido um movimento religioso também foi um movimento de resistência e por muito tempo contribuiu para luta pela liberdade efetiva das pessoas negras, estruturando quilombos e subsidiando de alguma forma as revoltas negras e por isso, foi duramente perseguida pelas autoridades da época representando uma verdadeira ameaça às auoridades. A sobrevivência da cabula só foi possível graças ao seu caráter reservado, de sociedade secreta. Em um outro momento, após a abolição, a cabula também foi utilizada como arma oculta dos negros contra os brancos, através da realização de magias e feitiços, com o objetvo de prejudicar àqueles que eram considerados inimigos.

Extinção e legado

Como já mencionado, a cabula foi amplamente perseguida pela polícia e as autoridades da época, mesmo após a abolição da escravidão; e isso fez com o que a religião sofresse adaptações ao longo do tempo e consequentemente a extinção do culto original, ou melhor dizendo, a transformação em outras práticas. O fato dessa manifestação religiosa ter ocorrido em um passado relativamente recente proporcinou um bom trabalho de pesquisa com acesso a registros e narrativas detalhadas sobre o culto, o que nos permite concluir que a Cabula se desdobrou em outras práticas religiosas que estão ativas até hoje.

Alguns antropólogos afirmam que a Cabula, através do sincretismo com outras culturas, formou a macumba carioca, o Omoloko, Almas e Angola, o Batuque, a kimbanda e a própria umbanda. O chamado mito de criação da umbanda foi engendrado nesse cenário que já era palco de todas essas práticas afrorreligiosas. É possível perceber divesas semelhanças e até mesmo a reprodução de alguns atos liturgicos da cabula na umbanda e em outras religões contemporâneas. Conceitos e definições aplicados no passado, ainda permanecem vivos em nossa religiosidade. Palavras como enba (pemba), engira (gira), tatá, bacuros, embanda, cafioto; ainda estão presentes em nosso vocabulário liturgico. Heranças como o ponto riscado, o uso de roupas brancas, panos de cabeça e cantigas fazem parte de nossa realidade hoje.

O fato é que a cabula, assim como outras práticas religiosas, como a santidade, o calundu colonial e a macumba, possuem algo em comum e estão interligadas nesse processo de contrução das religiões de matrizes africanas no Brasil, especialmente a umbanda e a kimbanda. Não há duvidas de que essas manifestações religiosas são as práticas formadoras da umbanda.

Texto e pesquisa: André Luiz
Sacerdote de Umbanda

REFERÊNCIAS:

BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil: Contribuição a uma Sociologia da
Interpenetração de Civilizações. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1971.

COSTA, Valdeli Carvalho. Cabula e Macumba. In: Síntese: Revista de Filosofia. Belo
Horizonte: FAJE, 1987, v. 14, n. 41.

LOPES, Nei. Religiosidade na Diáspora: continuidade e permanência. In: SOUZA, R.
Seminário Internacional Diversas Diversidades. Rio de Janeiro: Cead/UFF, 2015.

RODRIGUES, Raimundo Nina. Os Africanos no Brasil. Rio de Janeiro: Centro
Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010. Re-edição de texto de 1933.

@todos , informação de relevância! Ao compartilhar, dê os devidos créditos.
Lei 9610.

Religião Respeito Humildade"
Link - https://www.facebook.com/photo/?fbid=578036504350931&set=a.466401592181090

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

MULHER TOCANDO ATABAQUE NA UMBANDA

Por Kelynha Nunes 

Postado em 13/07/2022 acessado em 01/08/2022 às 09:11





Fonte - https://www.facebook.com/Kelysinhaa/videos/452731719665316


quinta-feira, 28 de julho de 2022

A UMBANDA POR RODRIGO CASSANO

Por Rodrigo Cassano 
Postado em 16/11/2021 acessado em 28/07/2022 às 20:21hrs
 




A Umbanda que eu conheci desde pequenino foi a Umbanda dos povos de Congo, Angola, Cabinda, Lunda, Moçambique etc. A história da Umbanda que eu, minha família de santo e todos os nossos antepassados conheceram aconteceu na encruzilhada, foi construída nos cruzos e pertence ao povo que a edificou. A minha Umbanda é a Umbanda do boêmio, cria do samba, nata da malandragem carioca, jongueiro, amante do partido alto e homem preto conhecido por nós como Exu Toquinho da Guiné. A minha Umbanda é a Umbanda de Vovó Cambinda que, manifestada no corpo de uma mulher preta chamada Eunice, salvou a vida de um bebê que sufocava com seu próprio catarro. A minha Umbanda é a Umbanda do Caboclo Arranca Toco que se identificava como filho de uma mulher indígena com um homem africano e que fazia a laranja doce amargar. A minha Umbanda é a Umbanda da Pomba-gira da encruza que sarou uma ferida grave na perna de uma pessoa acidentada utilizando apenas charuto, cachaça e bife.

A história que conheço tem inicio antes do século XIX e tem seu auge de desenvolvimento acontecendo na Pequena África, onde nomes como Luzia Pinta, Assumano Henrique Mina do Brasil, Tia Ciata, Juca Rosa, Pai Gavião, Tia Chica do Vavá, Henriqueta da Praia, João Alabá, Cipriano Abedé, Benedito Espírito-Mau e outros tantos makumbeiros serão retratados como feiticeiros, praticantes de baixo-espiritismo, adeptos da magia negra, álcoolatras, malandrões, charlatões, aproveitadores de senhoras, etc. Corpos e existências que foram apagados da história oficial ou oficiosa — já que esse processo de invisibilização ocorre simultaneamente ao embranquecimento social que foi imposto pelo movimento de eugenia que visava simplesmente exterminar a população preta e toda a memória coletiva africana.

A região do centro do Rio de Janeiro conhecida como Pequena África é um terreno fértil para os intercâmbios culturais que possibilitaram a grande amálgama que são alguns sistemas espirituais afro-diaspóricos.

O Samba é parido paralelamente a construção da história das Makumbas, da Umbanda, do Omolokô e de todas as práticas espirituais de base centro-africana que, hoje, seríamos incapazes de nomear. É impossível falarmos dessa parte ignorada da história da Umbanda sem falarmos do Samba e de África.

Recentemente, eu li algo que me trouxe um enorme desconforto: "Deixem que a ciência e a academia decidam sobre a história da Umbanda". Essa frase tem ecoando na minha cabeça há alguns dias e eu não consegui digerir o conteúdo dessa fala. Para algumas pessoas, essa pequena frase poderia soar como um simples apelo da ciência implorando para contar a verdade ao povo, mas o objetivo aqui foi estratégico. Há mais ou menos 113 anos está em curso um projeto epistemicida que se organiza atropelando memórias, práticas, saberes, corpos, ritos, hábitos, modos de viver, elementos ritualísticos, crenças, cosmogonias, divindades, identidades, pertenças e os nomes dos nossos ancestrais.

Um ditado Yoruba diz que "Um rio que esquece a sua fonte, seca". Ou seja, os ancestrais veneráveis e heróis civilizatórios que constituem a nossa história precisam ser lembrados dentro das nossas comunidades de terreiros e devem ocupar espaço de prestígio em nossos cultos, porque a Umbanda é um território de culto aos espíritos daqueles que retornaram para Mpemba através da Kalunga. Somos, porque todos eles foram antes de nós.

Enquanto um homem branco e um Padre Jesuíta protagonizam a história da Umbanda, pessoas como Tata Tancredo da Silva, Orlandino Cobra Coral, Maria Batayo, Chica Boi, João Gambá, Vovó Maria Joana, Tia Maria, Tia Benedita, Tia Fé, Mano Eloy, Zé Espinguela, Tia Tomásia, Mãe Mosinha de Oxum, Tata Cai N'Água, Mãe Maria Coral, Seo Júlio do Exu Cemimba, Tia Chica da Mocidade, Seo Nicanor do Caboclo Cuguruçu e tantas outras que ficaram esquecidas nas prateleiras das bibliotecas, nos documentos empoeirados, nos álbuns das famílias convertidas ao neo-pentecostalismo que foram jogados no lixo, nos registros policiais, nos jornais e revistas da época, etc.

A história pertence ao povo e o povo precisa ter o direito democrático de contar sua própria história para que personagens históricos sejam celebrados e honrados. O mito de fundação e o congresso racista de Umbanda funcionaram como ferramentas de aniquilamento de tudo aquilo que é preto, popular e africano. É como se jogassem uma capa de invisibilidade sobre a história e impedissem que enxergássemos o passado com transparência. É como se tivessem tentado sepultar a história com uma pedra imensa.

Apesar disso, todos aqueles que vieram antes de nós agiram de forma estratégica e conseguiram preservar vestígios fundamentais de suas histórias, vivências e práticas. Sabendo disso, é importante que façamos o exercício de olhar para trás para aprender com os nossos antepassados, reconstruir os nossos espaços, fortalecer as nossas alianças e garantir que as futuras gerações possam acessar as informações, os conteúdos e as sabenças que tem sido negados ao povo até os dias de hoje.

Essa disputa pela narrativa tem esgotado e adoecido nosso povo há décadas. A reivindicação pelo nosso espaço de direito na linha do tempo da Umbanda é mais do que legítima... É essencial. Por isso, precisamos investir em democratizar o conhecimento para que outras pessoas possam acessar a informação e se libertar da escravização mental e espiritual impostas por esses sucessivos projetos de colonização.

Da mesma forma que, até bem pouco tempo, eu não conhecia os detalhes sobre o mito, eu também desconhecia os nomes e a histórias dos que me antecederam. Ter a chance de olhar para trás me possibilitou a oportunidade de poder reconstruir uma relação com os personagens que teceram esse legado cultural, espiritual e politico em que estou inserido. Portanto, a ideia é olharmos para além da linha do mar e partirmos em busca dos rastros que nos foram deixados para que possamos nos reencontrar com a versão mais honesta da história. Saibam que continuaremos ouvindo falar sobre o mito, porque mitos ainda emplacam no Brasil... "Com tanto pau no mato, a Embaúba é coronel..."

Pemba de Angola para fora! Pemba Branca para dentro!
Fundanga para queimar a língua do falador!
Água fresca para agradecer a terra e pedir que os nossos passos firmes nos levem por caminhos sempre abertos!

E, lembremos: A Lemúria não existe e Umbanda é uma palavra de origem Bakongo.

📸
Foto da Capa do Jornal "Diário Carioca" do ano de 1941 anunciando mais uma investida contra os "makumbeiros" dessa enorme cruzada que enfrentamos há séculos. "Coincidentemente", o fato ocorre no mesmo justamente no ano do Primeiro Congresso de Umbanda. Quantos dos nossos antepassados não foram presos, perseguidos e proibidos de praticar suas religiosidades? Quantos não tiveram sua espiritualidade criminalizada e demonizada? 


Imagens comprobatórias


domingo, 12 de junho de 2022

UMBANDA, RIO DE JANEIRO 1944

Por Carlos Wolkartt Postado em 11/06/2022, acessado em 12/06/2022 ás 13:47







Registro: Umbanda no Rio de Janeiro, Casa de Pai Orlandino do Cobra Coral, capturada pelas lentes do fotógrafo Edgard Medina em 1944. As fotos foram publicadas na revista O Cruzeiro em 29 de abril de 1944, p. 7.

# Publicado por Carlos Wolkartt em 11 de junho de 2022, às 10h10. 

Link https://web.facebook.com/wolkartt

terça-feira, 31 de maio de 2022

AS UMBANDAS DENTRO DA UMBANDA



Renato Guimarães.

Data da publicação: ignorado à saber; acessado em 31/05/2022 às 19:14

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As Umbandas dentro da Umbanda

Após pouco mais de 100 anos de fundação da Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, essa religião cresceu e se diversificou, dando origem a diferentes vertentes que têm a mesma essência por base: a manifestação dos espíritos para a caridade.

O surgimento dessas diferentes vertentes é conseqüência do grau com que as características de outras práticas religiosas e/ou místicas foram absorvidas pela Umbanda em sua expansão pelo Brasil, reforçando o sincretismo que a originou e que ainda hoje é sua principal marca.

Embora essa classificação tenha sido elaborada por mim (ela não é fruto de um consenso entre os umbandistas e nem é adotada por outros estudiosos da religião), a mesma revela-se uma forma útil de condensar as diferentes práticas existentes, possibilitando um melhor estudo das mesmas.

Umbanda Branca e Demanda

Outros nomes: É também conhecida como: Alabanda; Linha Branca de Umbanda e Demanda; Umbanda Tradicional; Umbanda de Mesa Branca; Umbanda de Cáritas; e Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por Pai Antônio e Orixá Malê, através do seu médium, Zélio Fernandino de Moraes (10/04/1891 – 03/10/1975), surgida em São Gonçalo, RJ, em 16/11/1908, com a fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Foco de divulgação: O principal foco de divulgação dessa vertente é a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Orixás: Considera que orixá é um título aplicado a espíritos que alcançaram um elevado patamar na hierarquia espiritual, os quais representam, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos comparável a um general: ora incumbido da inspeção das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade de centros necessitados de amparo, e, nesta hipótese fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que pertencem tais centros. Acredita que existam 126 orixás, distribuídos em 06 linhas espirituais de trabalho. Os altos chefes de cada uma dessas seis linhas recebem o nome de um orixá nagô, embora não sejam entendidos como nas tradições africanas, existindo uma forte vinculação deles aos santos católicos.

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui os espíritos que se apresentam como Crianças), de Iemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Iansã e de Santo ou das Almas (onde inclui as almas recém-desencarnadas, os exus coroados, os exus batizados e as entidades auxiliares).

Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e Crianças e não há giras para Boiadeiros, Baianos, Ciganos, Malandros, Exus e Pombagiras.

Ritualística: A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos riscados nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; e “O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda”.

Umbanda Kardecista

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda de Mesa Branca; Umbanda Branca; e Umbanda de Cáritas.

Origem: É a vertente com forte influência do Espiritismo, geralmente praticada em centros espíritas que passaram a desenvolver giras de Umbanda junto com as sessões espíritas tradicionais. É uma das mais antigas vertentes, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.

Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos Orixás nem aos santos católicos.

Linhas de trabalho: Nesta vertente não é utilizada essa forma de agrupar as entidades.

Entidades: Os trabalhos de Umbanda são realizados apenas por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e, mais raramente, Crianças.

Ritualística: A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e não são encontrados o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; “O céu e o inferno”; e “A gênese”.

Umbanda Mirim

Outros nomes: É também conhecida como: Aumbandã; Escola da Vida; Umbanda Branca; Umbanda de Mesa Branca; e Umbanda de Cáritas.

Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo Mirim através do seu médium Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 – 03/12/1986), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 13/03/1924, com a fundação da Tenda Espírita Mirim.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: a Tenda Espírita Mirim (matriz e filiais); e o Primado de Umbanda, fundado em 1952.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e de Yofá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).

Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as) e Crianças e não há giras para Exus e Pombagiras, uma vez que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.

Ritualística: A roupa branca com pontos riscados bordados é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de fumo, defumadores e a imagem de Jesus Cristo nos trabalhos, porém as guias, velas, bebidas, atabaques e demais imagens não são usados nas cerimônias, havendo o uso de termos de origem tupi para designar o grau dos médiuns nelas.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Okê, Caboclo”; “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; e “O evangelho segundo o Espiritismo”.

Umbanda Popular

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Cruzada; e Umbanda Mística.

Origem: É uma das mais antigas vertentes, fruto da umbandização de antigas casas de Macumbas, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. É a vertente mais aberta a novidades, podendo ser comparada, guardada as devidas proporções, com o que alguns estudiosos da religião identificam como uma característica própria da religiosidade das grandes cidades do mundo ocidental na atualidade, onde os indivíduos escolhem, como se estivessem em um supermercado, e adotam as práticas místicas e religiosas que mais lhe convêm, podendo, inclusive, associar aquelas de duas ou mais religiões.

Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior. Entretanto, é a vertente mais difundida em todo o país.

Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos santos católicos com os Orixás, associados a um conjunto de práticas místicas e religiosas de diversas origens adotadas pela população em geral, tais como: rezas, benzimentos, simpatias, uso de cristais, incensos, patuás e ervas para o preparo de banhos de purificação e chás medicinais. Considera a existência de dez Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã e Ibejis. Em alguns lugares também são cultuados mais dois Orixás: Ossaim e Oxumaré.

Linhas de trabalho: Existem três versões para as linhas de trabalho nesta vertente:

  • Na mais antiga, são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui as Crianças), de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), do Oriente (onde agrupa as entidades orientais) e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
  • Na intermediária, também são consideradas a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, de Iemanjá (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô (onde inclui Xangô e Iansã), das Crianças e das Almas (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas);
  • Na mais recente, são consideradas como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos(as), etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-Mirins e Malandros(as).

Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos.

Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda Omolocô

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.

Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Omolocô, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Começou a ser fundamentada pelo médium Tancredo da Silva Pinto (10/08/1904 – 01/09/1979) em 1950, no Rio de Janeiro, RJ.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Tancredo da Silva Pinto; as tendas criadas por seus iniciados; e o livro “Umbanda Omolocô”, escrito por Caio de Omulu.

Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Omolocô. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.

Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).

Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Omolocô, incluindo o sacrifício de animais.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “A origem de Umbanda”; “As mirongas da Umbanda”; “Cabala Umbandista”; “Camba de Umbanda”; “Doutrina e ritual de Umbanda”; “Fundamentos da Umbanda”; “Impressionantes cerimônias da Umbanda”; “Tecnologia ocultista de Umbanda no Brasil”; e “Umbanda: guia e ritual para organização de terreiros”.

Umbanda Almas e Angola

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.

Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Almas e Angola, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada.

Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade, uma vez que não existe uma doutrina comum em seu interior.

Orixás: Nesta vertente encontra-se um forte sincretismo dos Orixás com os santos católicos, sendo que aqueles estão vinculados às tradições africanas, principalmente as do Almas e Angola. Considera a existência de nove Orixás: Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Obaluaiê, Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã.

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá, do Povo d’Água (onde inclui Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã), de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, das Beijadas (onde agrupa as Crianças) e das Almas (onde inclui Obaluaiê e agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Exus e Pombagiras.

Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, incensos, pontos riscados e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas no Almas e Angola, incluindo o sacrifício de animais.

Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbandomblé

Outros nomes: É também conhecida como Umbanda Traçada.

Origem: É fruto da umbandização de antigas casas de Candomblé, notadamente as de Candomblé de Caboclo, porém não existe registro da data e do local inicial em que começou a ser praticada. Em alguns casos, o mesmo pai-de-santo (ou mãe-de-santo) celebra tanto as giras de Umbanda quanto o culto do Candomblé, porém em sessões diferenciadas por dias e horários.

Foco de divulgação: Não existe um foco principal de divulgação dessa vertente na atualidade.

Orixás: Nesta vertente existe um culto mínimo aos santos católicos e os Orixás são fortemente vinculados às tradições africanas, principalmente as da nação Ketu, podendo inclusive ocorrer a presença de outras entidades no panteão que não são encontrados nas demais vertentes da Umbanda (Oxalufã, Oxaguiã, Ossain, Obá, Ewá, Logun-Edé, Oxumaré).

Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Falangeiros de Orixá, Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Ciganos(as), Exus, Pombagiras e Malandros(as).

Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens dos Orixás na representação africana, fumo, defumadores, velas, bebidas e atabaques nos trabalhos. Nesta vertente também são utilizadas algumas cerimônias de iniciação e avanço de grau semelhantes à forma como são realizadas nos Candomblés, incluindo o sacrifício de animais, podendo ser encontrado, também, curimbas cantadas em línguas africanas (banto ou iorubá).

Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda Eclética Maior

Outros nomes: Não possui.

Origem: É a vertente fundamentada por Oceano de Sá (23/02/1911 – 21/04/1985), mais conhecido como mestre Yokaanam, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1946, com a fundação da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são a sede da fraternidade e suas regionais.

Orixás: Nesta vertente existe uma forte vinculação dos Orixás aos santos católicos, sendo que aqueles foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de pelo menos nove Orixás: Oxalá, Ogum, Ogum de Lei, Oxóssi, Xangô, Xangô-Kaô, Yemanjá, Ibejês e Yanci, sendo que um deles não existe nas tradições africanas (Yanci) e alguns deles seriam considerados manifestações de um Orixá em outras vertentes (Ogum de Lei/Ogum e Xangô-Kaô/Xangô).

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, fortemente associadas a santos católicos: de São Jorge (Ogum), de São Sebastião (Oxóssi), de São jerônimo (Xangô), de São João Batista (Xangô-Kaô), de São Custódio (Ibejês), de Santa Catarina de Alexandria (Yanci) e São Lázaro (Ogum de Lei).

Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), e Crianças.

Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de uma cruz, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, velas, porém os atabaques, as guias, as bebidas e fumo não são utilizados nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Evangelho de Umbanda”; “Manual do instrutor eclético universal”; “Yokaanam fala à posteridade”; e “Princípios fundamentais da doutrina eclética”.

Aumbhandã

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Esotérica; Aumbhandan; Conjunto de Leis Divinas; Senhora da Luz Velada; e Umbanda de Pai Guiné.

Origem: É a vertente fundamentada por Pai Guiné de Angola através do seu médium Woodrow Wilson da Matta e Silva, também conhecido com mestre Yapacani (28/06/1917 – 17/04/1988), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1956, com a publicação do livro “Umbanda de todos nós”. Sua doutrina é fortemente influenciada pela Teosofia, pela Astrologia, pela Cabala e por outras escolas ocultistas mundiais e baseada no instrumento esotérico conhecido como Arqueômetro, criado por Saint Yves D’Alveydre e com o qual se acredita ser possível conhecer uma linguagem oculta universal que relaciona os símbolos astrológicos, as combinações numerológicas, as relações da cabala e o uso das cores.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os noves livros escritos por Matta e Silva; e as tendas e ordens criadas por seus discípulos.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de sete Orixás: Orixalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yemanjá, Yori, Yorimá, sendo que dois deles não existem nas tradições africanas (Yori e Yorimá).

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).

Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.

Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias feitas de elementos naturais, um quadro com o rosto de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais e tábuas com ponto riscado nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Doutrina secreta da Umbanda”; “Lições de Umbanda e Quimbanda na palavra de um Preto-Velho”; “Mistérios e práticas da lei de Umbanda”; “Segredos da magia de Umbanda e Quimbanda”; “Umbanda de todos nós”; “Umbanda do Brasil”; “Umbanda: sua eterna doutrina”; “Umbanda e o poder da mediunidade”; e “Macumbas e Candomblés na Umbanda”.

Umbanda Guaracyana

Outros nomes: Não possui.

Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo Guaracy através do seu médium Sebastião Gomes de Souza (1950 – ), mais conhecido como Carlos Buby, surgida em São Paulo, SP, em 02/08/1973, com a fundação da Templo Guaracy do Brasil.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são os Templos Guaracys do Brasil e do Exterior.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas, havendo, entretanto, uma ligação dos mesmos com elas. Considera a existência de dezesseis Orixás, divididos em quatro grupos, relacionados aos quatro elementos e aos quatro pontos cardeais: Fogo/Sul (Elegbara, Ogum, Oxumarê, Xangô), Terra/Oeste (Obaluaiê, Oxóssi, Ossãe, Obá), Norte/Água (Nanã, Oxum, Iemanjá, Ewá) e Leste/Ar (Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá).

Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Exus e Pombagiras.

Ritualística: Roupas coloridas (na cor do Orixá) são a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas e atabaques nos trabalhos, porém não são utilizadas imagens e bebidas nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente não possui um livro específico como fonte doutrinária.

Umbanda dos Sete Raios

Outros nomes: Não possui.

Origem: É a vertente fundamentada por Ney Nery do Reis (Itabuna, (26/09/1929 – ), mais conhecido como Omolubá, e por Israel Cysneiros, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em novembro de 1978, com a publicação do livro “Fundamentos de Umbanda – Revelação Religiosa”

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são as obras escritas por Omolubá e as tendas criadas por seus discípulos.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados em relação às tradições africanas. Considera a existência de doze Orixás, divididos em sete raios: 1º raio, Iemanjá e Nanã; 2º raio, Oxalá; 3º raio, Omulu; 4º raio, Oxóssi e Ossãe; 5º raio, Xangô e Iansã; 6º raio, Oxum e Oxumaré; e 7º raio, Ogum e Ibejs.

Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Orientais, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Ciganos(as), Pilintras, Exus e Pombagiras.

Ritualística: Embora a roupa branca seja a vestimenta principal dos médiuns, essa vertente aceita o uso de roupas de outras cores pelas entidades, bem como o uso de complementos (tais como capas e cocares) e de instrumentais próprios (espada, machado, arco, lança, etc.). Nela encontra-se o uso de guias, imagens de entidades, fumo, defumadores, velas, bebidas, pontos riscados e atabaques nos trabalhos.

Livros doutrinários: Esta vertente possui os seguintes livros e periódicos como fonte doutrinária: “ABC da Umbanda: única religião nascida no Brasil”; “Almas e Orixás na Umbanda”; “Cadernos de Umbanda”; “Fundamentos de Umbanda: revelação religiosa”; “Magia de Umbanda: instruções religiosas”; “Manual prático de jogos de búzios”; “Maria Molambo: na sombra e na luz”; “Orixás, mitos e a religião na vida contemporânea”; “Pérolas espirituais”; “Revista Seleções de Umbanda”; “Tranca Ruas das Almas: do real ao sobrenatural”; “Umbanda, poder e magia: chave da doutrina”; e “Yemanjá, a rainha do mar”.

Aumpram

Outros nomes: É também conhecida como: Aumbandhã; e Umbanda Esotérica.

Origem: É a vertente fundamentada por Pai Tomé (também chamado Babajiananda) através do seu médium, Roger Feraudy (1923 – 22/03/2006), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1986, com a publicação do livro “Umbanda, essa desconhecida”. Esta vertente é uma derivação da Aumbhandã, das quais foi se distanciando ao adotar os trabalhos de apometria e ao desenvolver a sua doutrina da origem da Umbanda: considera que esta religião surgiu a 700.000 anos em dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário. Nestes continentes, os terráqueos teriam vivido junto com seres extraterrestres, os quais teriam ensinado aqueles sobre o Aumpram, a verdadeira lei divina.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: os livros escritos por Roger Feraudy; e as tendas e fraternidades criadas por seus discípulos.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica (Oxalá, Yemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yori e Yorimá) e mais Obaluaiê, o qual consideram o Orixá oculto da Umbanda.

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos 7 Orixás: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).

Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.

Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso da imagem de Jesus Cristo, fumo, defumadores, velas, cristais e incensos nos trabalhos, porém as guias e os atabaques não são utilizados nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “Umbanda, essa desconhecida”; “Erg, o décimo planeta”; “Baratzil: a terra das estrelas”; e “A terra das araras vermelhas: uma história na Atlântida”.

Ombhandhum

Outros nomes: É também conhecida como: Umbanda Iniciática; Umbanda de Síntese; e Proto-Síntese Cósmica.

Origem: É a vertente fundamentada pelo médium Francisco Rivas Neto (1950 – ), mais conhecido como Arhapiagha, surgida em São Paulo, SP, em 1989, com a publicação do livro “Umbanda: a proto-síntese cósmica”. Esta vertente começou como uma derivação da Umbanda Esotérica, porém aos poucos foi se distanciando cada vez mais dela, conforme ia desenvolvendo sua doutrina conhecida como movimento de convergência, que busca um ponto de convergência entre as várias vertentes umbandistas. Nela existe uma grande influência oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito, e há a crença de que a Umbanda é originária de dois continentes míticos perdidos, Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o livro “Umbanda: a proto-síntese cósmica”; a Faculdade de Teologia Umbandista, fundada em 2003; o Conselho Nacional da Umbanda do Brasil, fundado em 2005; e as tendas e ordens criadas pelos discípulos de Rivas Neto.

Orixás: Nesta vertente não existe o culto aos santos católicos e os Orixás foram reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência dos 7 Orixás da Umbanda Esotérica, associados, cada um deles, a mais um Orixá, de sexo oposto, formando um casal: Orixalá-Odudua, Ogum-Obá, Oxóssi-Ossaim, Xangô-Oyá, Yemanjá-Oxumaré, Yori-Oxum, Yorimá-Nanã. Por esta associação nota-se que alguns Orixás tiveram seu sexo modificado em relação a tradição africana (Odudua e Ossaim).

Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho, que recebem o nome dos Orixás principais do par: de Oxalá, de Yemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Yori (onde agrupa as Crianças) e de Yorimá (onde agrupa os Pretos-Velhos e as Pretas-Velhas).

Entidades: Os trabalhos são realizados somente por Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças e Exus, sendo que estes últimos não são considerados trabalhadores da Umbanda e sim da Quimbanda.

Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras de Umbanda e a roupa preta, associada ao vermelho e branco, nas de Exu, sendo admitidos o uso de complementos por sobre a roupa dos médiuns, tais como cocares de caboclos. Nela encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas, cristais, atabaques  e tábuas com ponto riscado nos trabalhos.

Livros doutrinários: Esta vertente usa o seguinte livro como principal fonte doutrinária: “Umbanda: a proto-síntese cósmica”.

Umbanda Sagrada

Outros nomes: Não possui.

Origem: É a vertente fundamentada por Pai Benedito de Aruanda e pelo Ogum Sete Espadas da Lei e da Vida, através do seu médium Rubens Saraceni (1951 – ), surgida em São Paulo, SP, em 1996, com a criação do Curso de Teologia de Umbanda. Sua doutrina procura ser totalmente independente das doutrinas africanistas, espíritas, católicas e esotéricas, pois considera que a Umbanda possui fundamentos próprios e independentes dessas tradições, embora reconheça a influências das mesmas na religião.

Foco de divulgação: Os principais focos de divulgação dessa vertente são: o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, fundado em 1999; o Instituto Cultural Colégio Tradição de Magia Divina, fundado em 2001; a Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo, fundada em 2004; os livros escritos por Rubens Saraceni; o Jornal de Umbanda Sagrada editado por Alexandre Cumino; o programa radiofônico Magia da Vida; e os colégios e tendas criadas por seus discípulos.

Orixás: Nesta vertente os adeptos podem realizar o culto aos santos católicos da maneira que melhor lhes convier e os Orixás são entendidos como manifestações de Deus que ocorreram sobre diferentes nomes em diferentes épocas, sendo reinterpretados de maneira totalmente distinta das tradições africanas, não havendo nenhuma vinculação dos mesmos com elas. Considera a existência de catorze Orixás agrupados como casais em sete tronos divinos: Oxalá e Logunan (Trono da Fé); Oxum e Oxumaré (Trono do Amor); Oxóssi e Obá (Trono do Conhecimento); Xangô e Iansã (Trono da Justiça); Ogum e Egunitá (Trono da Lei); Obaluaiê e Nanã (Trono da Evolução); e Iemanjá e Omulu (Trono da Geração). Os sete primeiros de cada par são chamados Orixás Universais, responsáveis pela sustentação das ações retas e harmônicas, e os outros sete, Orixás Cósmicos, responsáveis pela atuação corretiva sobre as ações desarmônicas e invertidas, sendo que alguns deles seriam considerados manifestações do mesmo Orixá nas tradições africanas (Obaluaiê/Omulu e Iansã/Egunitá).

Linhas de trabalho: Considera como linha de trabalho cada tipo de entidade: de Caboclos(as), de Pretos(as)-Velhos(as), de Crianças, de Baianos, etc.

Entidades: Os trabalhos são realizados por diversas entidades: Caboclos(as), Pretos(as)-Velhos(as), Crianças, Boiadeiros, Baianos(as), Marinheiros, Sereias, Povo(s) do Oriente, Ciganos(as), Exus, Pombagiras, Exus-Mirins e Malandros(as).

Ritualística: A roupa branca é a vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, fumo, defumadores, velas, bebidas, atabaques, imagens e pontos riscados nos trabalhos.

Livros doutrinários: Esta vertente usa toda a bibliografia publicada por Rubens Saracen, tendo os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “A evolução dos espíritos”; “A tradição comenta a evolução”; “As sete linhas de evolução”; “As sete linhas de Umbanda: a religião dos mistérios”; “Código de Umbanda”; “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”; “Formulário de consagrações umbandistas: livro de fundamentos”; “Hash-Meir: o guardião dos sete portais de luz”; “Lendas da criação: a saga dos Orixás”; “O ancestral místico”; “O código da escrita mágica simbólica”; “O guardião da pedra de fogo: as esferas positivas e negativas”; “O guardião das sete portas”; “O guardião dos caminhos: a história do senhor Guardião Tranca-Ruas”; “Orixá Exu-Mirim”; “Orixá Exu: fundamentação do mistério Exu na Umbanda”; “Orixá Pombagira”; “Orixás: teogonia de Umbanda”; “Os arquétipos da Umbanda: as hierarquias espirituais dos Orixás”; “Os guardiões dos sete portais: Hash-Meir e o Guardião das Sete Portas”; “Rituais umbandistas: oferendas, firmezas e assentamentos”; e “Umbanda Sagrada: religião, ciência, magia e mistérios”.

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Abaixo segue a versão gráfica, simplificada, das vertentes acima descritas, de acordo com seu surgimento, bem como uma possível fonte de interrelacionamento entre elas. As vertentes foram, ainda, relacionadas à antiga nomenclatura usada para diferenciar os tipos de Umbanda, que são:

  • Umbanda Branca – agrupa as Umbandas que seguem uma doutrina mais próxima do espiritismo-catolicismo, utilizando inclusive os livros da doutrina espírita como fonte doutrinária, onde os médiuns se vestem apenas de branco e onde não há uso de atabaque, não há gira para Exus, Pombagiras, Malandros e quaisquer entidades quimbandeiras e não há uso de sacrifícios de animais;
  • Umbanda Branca Esotérica – caso particular das Umbandas Brancas, pois além de possuírem as características acima, também fazem uso de práticas consideradas de cunho esotérico-ocultista (cristais, numerologia, mantras, meditação, etc);
  • Umbanda Cruzada – contração da antiga expressão Umbanda cruzada com Quimbanda, agrupa as Umbandas onde, além das giras para as entidades da Umbanda, também ocorre gira para as entidades que originalmente faziam parte apenas da Quimbanda (Exus, Pombagiras, Malandros e outras entidades quimbandeiras), caso nos quais os médiuns eram autorizados a usar roupas escuras (especialmente a preta) para incorporar essas entidades e era normal fecharem o Gongá com uma cortina durante o trabalho deles, sendo possível encontrar nessas Umbandas a prática do sacrifício de animais para oferendar as entidades quimbandeiras;
  • Umbanda Traçada – um caso particular da Umbanda Cruzada, seu nome é uma contração da antiga expressão Umbanda Cruzada Traçada com Candomblé, pois agrupa as Umbandas Cruzadas que possuem doutrinas, ritos e práticas originários das tradições africanas, principalmente aquelas oriundas dos diversos Candomblés, sendo possível encontrar, dentro delas, a prática do sacrifício de animais para os Orixás;
  • Umbanda Esotérica – um caso particular da Umbanda Cruzada, seu nome é uma contração da antiga expressão Umbanda Cruzada Esotérica, pois agrupa as Umbandas Cruzadas que também fazem uso de práticas consideradas de cunho esotérico-ocultista (cristais, numerologia, mantras, meditação, etc).

Importante ressaltar que a posição das vertentes no gráfico não possui nenhuma relação com questões de hierarquia superior ou inferior entre elas: foi apenas para facilitar a visualização das informações ali contidas.

Fonte - 
https://registrosdeumbanda.wordpress.com/as-umbandas-dentro-da-umbanda/

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