segunda-feira, 18 de março de 2024

VODOÙN LÈGBA

Postado por Paulo Moreira 
Em 08/02/2024

"VODOÙN LÈGBA : A 𝐃𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐓𝐮𝐭𝐞𝐥𝐚𝐫 𝐝𝐨 𝐁𝐞𝐧𝐢𝐧

As tradições africanas ensinam universalmente que existem Divindades através das quais podemos expressar a nossa insatisfação, problemas, desejos e tudo o mais que precisamos para chegar mais próximo ou ao Ser Supremo.

Essas ordens de Divindades são manifestações do poder e da grandeza Divinos, mas, mais importante, representam conceitos que são mais fáceis de entender do que a isolada palavra “Deus”, pois, nós, humanos não podemos imaginar a grandeza e o poder do Criador.

Entre essas Divindades que são mais “acessíveis”, especificamente falando do Benin, destacadas nessas ricas tradições africanas, as Divindades espirituais que desempenham essa ponte, esse papel vital entre a vida e o Divino, entre Elas uma que mais se destaca: Vodoun Lègba.


VODOÙN LÈGBA


O Guardião.


Jérôme Alladayè, historiador das religiões, explica que as Divindades tutelares são aqueles que desempenham funções específicas na condução e destino dos seres humanos. Lègba é um dessas Divindades multifacetadas.

Sua presença é onipresente no Benin, encontrada tanto nas casas quanto nos espaços públicos.

As Múltiplas Faces de Lègba

Existem diferentes formas de Lègba, cada uma com uma função específica:

Agbonu Lègba: O protetor das entradas das casas.

To Lègba: O guardião das cidades.

Hun Lègba: O patrono dos conventos.

Axi Lègba: O vigilante dos mercados.

Lègba é como uma chave que abre portas, guiando-nos em nossas empreitadas e protegendo-nos.

O Poliglota Divino

Uma característica única de Lègba é sua habilidade de compreender todas as línguas. Enquanto outras divindades se comunicam apenas em sua língua específica, Lègba transcende essas barreiras linguísticas.

Paulin Hounsounon-Tolin, filósofo, compara Lègba a Hermes, o mensageiro dos deuses na mitologia grega. Lègba facilita a comunicação entre as Divindades, permitindo que elas se entendam e cooperem.


O Guardião do Templo


Lègba é o guardião dos templos e dos caminhos. Ele assegura o cuidado e segurança daqueles que confiam nele.

Os adeptos entregam a ele o início e o fim de todas as coisas, buscando prosperidade em suas atividades diárias.

Mesmo com a influência do cristianismo, Lègba continua a receber oferendas e sacrifícios propiciatórios.


A Energia Ancestral


Lègba personifica a conexão entre o humano e o divino. Ele nos lembra que somos parte de uma trama maior, guiados por forças além da compreensão humana.

Assim como a seiva que flui das raízes às folhas, a energia ancestral de Lègba continua a nutrir a espiritualidade do povo Djèdjè e a vibrar através das gerações.

Lègba, nos veja, nos ouça, nos atenda e cuide de nós, de nossa casa, de nosso templo e de nossos caminhos, hoje e sempre!


𝑬𝑺𝑪𝑳𝑨𝑹𝑬𝑪𝑰𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶

(𝑺𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒂 𝒇𝒐𝒕𝒐𝒈𝒓𝒂𝒇𝒊𝒂)


Foram feitos alguns comentários sobre "sujeira" na frente desse Tolɛ̀gba. Poderia ter cortado a foto para ficar mais "bonitinha" no post, mais prefiro a realidade à maquiagem.

Abaixo segue uma explanação de meu irmão Beldis Avimadjènon, Beninense de Ouidah é morador próximo a Esse Grande Legba, sobre esse fato.

"Quem tem habilidade pra limpar a frente do Lɛgba?

Quase ninguém.

Por que na frente do Lɛgba tem ebós. Ebós perigosos mesmo.

E as vezes pessoas que mexe com esses ebós atira tudo o perigo deles na sua vida.

Tem que passar um momento antes limpar pra não ficar atrapalhando com as energias negativas dos ebós. E tem modalidades específicas pra limpar esse lixo do Lɛgba.

Essa sujeira se observa só na frente do Lɛgba.

Todas as outras divindades tem os lugares delas limpos.

Muito limpo

Muito muito limpo.

Você pode ser, não se inscreve na ideologia espiritual do povo africano sobre o culto e o papel do Lɛgba. Por isso você pode não tem a mesma opinião."


𝗧𝗼𝗱𝗼𝘀 𝗼𝘀 𝗱𝗶𝗿𝗲𝗶𝘁𝗼𝘀 𝗿𝗲𝘀𝗲𝗿𝘃𝗮𝗱𝗼𝘀 𝗮𝗼 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿.

𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘝𝘰𝘥𝘰𝘶𝘯𝘰𝘯 𝘋𝘢𝘥𝘢 𝘓𝘢𝘯𝘴𝘶𝘴𝘴𝘪 / 𝘉𝘰𝘬𝘰𝘯𝘰𝘯 𝘍𝘢𝘥𝘰𝘭𝘰.

𝘐𝘯𝘪𝘤𝘪𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘰 𝘍𝘢 𝘦 𝘯𝘰 𝘊𝘶𝘭𝘵𝘰 𝘌𝘯𝘥𝘰𝘨𝘦𝘯𝘰 𝘥𝘰𝘴 𝘝𝘰𝘥𝘰𝘶𝘯𝘴 𝘦𝘮 𝘖𝘶𝘪𝘥𝘢𝘩, 𝘉𝘦𝘯𝘪𝘯, 𝘈𝘧𝘳𝘪𝘤𝘢, 𝘱𝘰𝘳 𝘚𝘢 𝘔𝘢𝘫𝘦𝘴𝘵𝘦 𝘋𝘢𝘩-𝘋𝘢𝘢𝘨𝘣𝘰 𝘈𝘷𝘪𝘮𝘢𝘥𝘫𝘦𝘯𝘰𝘯 𝘈𝘩𝘰𝘶𝘢𝘯𝘥𝘫𝘪𝘯𝘰𝘶 (𝘉𝘢𝘣𝘢 𝘏𝘰𝘶𝘯𝘭𝘦𝘵𝘰𝘯 𝘏𝘰𝘥𝘫𝘢 𝘟𝘰𝘴𝘶).

Foto: Arquivo Particular

"Um dos Grandes Lègbas de Ouidah, Benin, Àfrica."

O nome desse Tolègba é Boya Lègba e dirige os bairros de Lèbou, Gbènan-Campto, Agonsa, Houédjèdo.

Muitas oferendas, rituais, pedidos e orações são feitas a esses poderosos Tolègbas."


Link https://www.facebook.com/photo/?fbid=7067290703337769&set=a.400973839969522 

quarta-feira, 13 de março de 2024

MÃE ONDINA DE ΧΑΡΑΝΑ

Este registro foi postado na página social Ancestralidadedo Facebook.
As informações contidas no texto não são claras quanto a origem delas, no entanto, fica como responsável a página Ancestralidade.


ONDINA DE ΧΑΡΑΝΑ

"Postado por Fermando Palmeiro da Fontoura
Em 11/03/2024
Ondina da Conceição, cujo nome de religião era "Ondina de Xapana nasceu em Porto Alegre em 19 de novembro de 1900, no Bairro Sarandi, de etnia negra Raça que labutou na lavoura e no cultivo da cana-de-açúcar no Brasil Colónia e que, nos séculos seguintes, veio a se notabilizar na música, na literatura, nas artes plásticas, artesanato e esportes. Ainda, na politica, culinária, religião, notadamente no Candomblé, Nação e Umbanda.

Mae Ondina de Xapana foi e é uma das figuras mais respeitáveis e grandiosas da Religião Africana, segundo confirma e relata sua filha Taia que a sucedeu no lle do Passo das Pedras.

Ondina da Conceição chegou a ter, entre filhos-de-santo e outros que foram por ela orientados, 3.800 pessoas devidamente cadastradas, em Porto Alegre e no interior do Estado. Seu avô materno foi o herói da Guerra do Paraguai Bastião Batista e ao avô patemo o gaúcho João Antônio Mathias. Mäe Ondina trajava-se sempre com a roupa comprida e branca no estilo das baianas.

Quando da oferenda ao seu Orixá, chamava com a sineta o boi que seria entregue ao sacrificio, e ele dirigia-se espontânea e pacifi- camente em sua direção até a porta de entrada do ile e de lá era, entao, encaminhado até o quarto-de-santo, onde era sacrificado de forma rápida e tranqüila e entregue a Xapana.

Alta, forte, terna e caridosa, chegava a abrigar em quajcasa, por inúmeras vezes, mais de vinte pessoas, sem contar seus familiares. Dotada de grande poder mediúnico, vein a falecer em 14 de maio de 1978. 3
Lembro-me bem que, naquela data, resolvi, de inepiro, dirigir- me à sua casa, portando uma rosa, pois tratava-se do Dia das Mäes. Era seu amigo e advogado do Templo. Encontrei-a deitada, com um "bori". 

Sendo um dia muito quente, mandou que buscas- sem cerveja para oferecer-me. A seguir disse-me: 

"Tudo o que quiseres pedir, faze-o por escrito para eu entregar para a "Velha do Balé"... Fiquei com ela aproximadamente uma hora e meia e à tardinha retornei. Posteriormente, fiquei chocado ao saber que na- quele Dia das Mães, no qual também aniversariava seu Xapană, e, ao bater cabeça no peji, saudando seu Orixá, falecera.

Fui a última pessoa a estar com ela, além de seus familiares. Sua filha camal Taia e os parentes depositaram a rosa que eu levara ao seu lado, no esquife.

Meus pedidos, que ela solicitara fossem feitos por escrito, no sentido de entregar à "Velha do Balé" com certeza ela mesma os conduziu ao astral...

Deixou um profundo vácuo e saudades em todos aqueles que a conheceram de perto. Os desígnios foram cumpridos, pois, como foi visto, morreu no Dia das Mães, que coincidia com o aniversário do seu Xapană e ao homenagear os Orixás no peji, todos esses fatos vêm a demonstrar, salvo melhor juízo, tratar-se de uma autêntica sacerdotisa da Religião Africana.

Seu Xapană, naquela tardinha de 14 de maio de 1978, com certeza ao lado de outros Orixás, a abraçaram afetuosamente no mo- mento em que seu luminoso espírito libertava-se da matéria, conduzindo-a "aos verdes campos guiando-a mansamente às águas tranquilas" entregando-a aos braços de Olorum..."

O OBA (REI) VENERA O ORISA


Posta por Prince ObaLoye Òtùkò Adimula

Em 08/03/2024

“Você não pode ser um ỌBA e ser cristão ou muçulmano.

Somará tolices, ignorância e perda de dignidade.
Ọba venera Ọriṣa, não um mito estrangeiro! ”


OYOMESI ACALMA EM MEIO À INCERTEZA, AFIRMA ATIVIDADES EM ANDAMENTO EM OYO, ENFATIZA TURISMO CULTURAL

"OYOMESI ACALMA EM MEIO À INCERTEZA, AFIRMA ATIVIDADES EM ANDAMENTO EM OYO, ENFATIZA TURISMO CULTURAL

14 DE FEVEREIRO DE 2024

Em um discurso recente, o Chefe Akinade Ayoola, Basorun de Oyo, discursou em uma sessão interativa no Brasil sob os auspícios do Dr. Adeyinka Olaiya. Ele afirmou firmemente que o trono vago do Alafin logo encontraria seu ocupante. Como chefe de Oyomesi, ele enfatizou que Oyo permanece Oyo, inabalável independentemente do assento não preenchido do Alaafin de Oyo.

Quando questionado, Basorun mergulhou no significado de todos os festivais de Orisa em Oyo, afirmando que tudo está bem na região, embora cultural e espiritualmente esperando o próximo Alaafin.

Basorun elucidou que o Alaafin seleciona o Basorun, e vice-versa. Ele destacou que o Alaafin escolhido encarna o reverenciado Kabiyesi Sango, ressaltando o papel fundamental de Oio na veneração de Sango e outros Orixás. Basorun afirmou categoricamente que nenhuma outra cidade rivaliza com Oyo no culto e reverência de Orixás, elucidando as elaboradas datas festivas celebradas em Oyo.

Expondo a essência dos festivais de Orisa, Basorun enfatizou sua profunda importância na paisagem cultural de Oyo, o Alto Chefe assegurou aos participantes que Oyo continua a prosperar, com festividades culturais independentemente do trono vago de Alaafin. Ele ressaltou a importância do turismo cultural para mostrar a rica herança de Oio para o mundo.

Basorun articulou a necessidade de esforços conjuntos para promover intercâmbios culturais e iniciativas de turismo, convidando indivíduos do Brasil e de outros países a participar da vibrante cena cultural de Oyo. "A Oyo não apenas celebra suas tradições, mas também cultiva oportunidades econômicas e fortalece os laços globais", afirma Basosun.

Em meio às discussões em torno da paisagem cultural de Oyo, Basorun enfatizou a unidade forjada através da diversidade. Ele destacou a natureza inclusiva das práticas culturais de Oyo, acolhendo indivíduos de diversas origens para participar de festivais Orisa e outros eventos culturais. Esse espírito de inclusão, observou Basorun, reforça os laços de solidariedade e respeito mútuo, transcendendo fronteiras e fomentando o sentimento de pertencimento para todos."


terça-feira, 12 de março de 2024

ORIXÁ OBA E O ORIXÁ OGUM

Neste vídeo é possível ver durante o festival de Obá, que e as primeiras oferendas são feitas para Ogum e Exu.

Notamos também que existem homens durante o festival.



"FESTIVAL DE OBA EM OYO, 2024

por  Asa Orisa Alaafin Oyo Esin Orisa Ibile

De acordo com a tradição, em cada complexo e aldeia entre os Yorùbá, Ogun e Esu sempre serão fundados ali. 

Hoje Orisa ỌBA é comemorado em Ile ỌBA Oyo e antes de ir para o rio de ỌBA, Ogun e Esu também são oferecidos com feijão e outros itens. 

Em Ile ỌBA em Oyo, uma vila cercada pelo rio ỌBA onde anualmente o Orisa ỌBA é celebrado entre os moradores. Orisa ỌBA é comemorado hoje…. 

Asabo eram homens Eleko omo lewa eni A tradição e os costumes Yorùbá são muito ricos… 

Cada Orisa tem seus ritos específicos… 

Estamos falando hoje sobre Orisa ỌBA em Ile ỌBA Alaafin Oyo. 

Uma vez por ano, durante o festival, os aldeões vão ao local principal de ỌBA para os ritos e depois as crianças de ỌBA entrarão no rio para comemorar junto com ỌBA, compartilhando a comida dentro da água e comendo juntos. 

Feliz celebração 2024 "


Por algum tempo, criou-se na diáspora o conceito que homens não se iniciam para o orixá Oba, e que divindade Obá tem grande quizila com o orixá Ogum. No entanto, bem semelhante aos ritos do Batuque que iniciam seus rituais cortando para o Lode e Ogum, na matriz ocorre bem parecido.
Notamos que arriam oferendas para Oba numa gamela.

sexta-feira, 8 de março de 2024

ORIGEM DO NOME IJESA

Samuel Johnson registra dados sobre a origem do nome Ijesa.




[...] O primeiro relato refere-se ao período mais antigo, quando os Yorubás acabaram de entrar e subjugar o país, e os AlAfins então residiam em Ile-Ife, ou seja, antes do reinado de Sango. Sacrifícios humanos eram comuns naquela época, e para ter vítimas à mão, diz-se que vários escravos foram comprados e localizado no distrito de Ibokun; lá eles eram atendidos como gado, sob os cuidados de Owaju, e deles foram feitas seleções feito de tempos em tempos para fins de sacrifício; daí o termo Ijesa de Ije Orisa (o alimento dos deuses). Eles são descritos como atarracado, musculoso e de aparência tímida, com um desejo acentuado de inteligência: eles nunca ofereceram qualquer resistência a este sistema, daí o ditado "Ijesa Omo Owaju ti ife opo iyk" (crianças Ijesas de Owaju, sujeito a muitos sofrimentos). Também existe uma lenda que quando as nações começaram a se dispersar de Ile-Ife e dos membros de a Família Real foi nomeada rei e governante em diversos lugares [...] (p. 21, 1893)

 

TIKTOK ERICK WOLFF